EMBAIXADOR

A paixão pelo automobilismo veio de muito pequeno, e sem qualquer influência da família. Quando decidiu sentar em um kart pela primeira vez, Sérgio Sette Câmara sequer alcançava os pedais, mas decidiu que ali estava seu futuro. Começava uma trajetória de muito empenho e trabalho rumo a objetivos distantes e difíceis. Afinal, das milhares de crianças que iniciam no automobilismo, poucas conseguiram chegar às principais categorias e se tornar profissionais das pistas.

 A cada novo passo, o topo da pirâmide se aproximava. Foi assim no kart, em que conquistou títulos mineiros e resultados de destaque nos campeonatos nacionais, antes de seguir para a Europa. Lá, encarou as competições mais fortes da modalidade, muitas vezes com mais de uma centena de inscritos em busca das 34 vagas nas corridas decisivas. Mediu forças com adversários como Lando Norris, George Russell, Alex Albon, Alex Palou e Mick Schumacher. Venceu uma etapa do forte Campeonato Alemão justamente na pista da terra natal dol heptacampeão Michael Schumacher. E se tornou campeão da final mundial Iame X30, na França, em 2012.

O salto para os carros de fórmula veio em 2014, aos 16 anos. O mineiro de Belo Horizonte estreou na F-3 Brasileira e, no fim do mesmo ano, teve seu primeiro contato com o Europeu. No ano seguinte, disputou a temporada completa pela equipe Motopark e foi ao pódio em Spa-Francorchamps e no Red Bull Ring. Estreou ainda no GP de Macau, tradicional prova em um difícil circuito de rua na ex-possessão portuguesa e já de cara estabeleceu um novo recorde para o traçado.

Em 2016, Sette Câmara passou a integrar o programa de jovens talentos da Red Bull; foi terceiro em Macau e pilotou pela primeira vez um Fórmula 1, da Toro Rosso (hoje AlphaTauri) em Silverstone (Inglaterra). A próxima temporada marcaria sua estreia na Fórmula 2. Com direito à primeira vitória da história da equipe holandesa MP Motorsport, em Spa. De volta a Macau, liderava o GP até à última curva, quando sofreu um acidente nos metros finais.

O ano de 2018 na F-2 trouxe uma pole, oito pódios e a sexta posição final. Na equipe DAMS, ele se destacou ainda mais em 2019, com duas vitórias, outras duas poles e mais oito pódios. Resultados que lhe deram a quarta posição no campeonato e o principal objetivo: a Superlicença, documento que permite participar de treinos e corridas da F-1. Ao mesmo tempo, foi reserva da McLaren e desenvolveu um importante trabalho no simulador do time britânico. 

Impedido pelo regulamento de seguir na F-2, Serginho se tornou piloto reserva da Red Bull e da AlphaTauri em 2020.

Fórmula E

O primeiro contato com a categoria que usa os carros elétricos de fórmula aconteceu no começo do mesmo ano. Já ligado à equipe Dragon Penske, Sette Câmara foi chamado para participar do teste de novatos em Marrakesh (Marrocos). Mal sabia ele que, na retomada do campeonato em meio à pandemia, seu lugar seria como titular nas últimas seis corridas do ano, todas disputadas em Berlim.

Já na ocasião ele mostrou uma adaptação rápida, o que valeu a chance de disputar todo o campeonato de 2021. Já na primeira prova do ano, em Diriyah (Arábia Saudita), Serginho conquistou uma quarta posição, resultado importante para uma equipe sem apoio oficial de fábrica. Voltou a pontuar em Londres e se credenciou para seu segundo ano completo.